Uma professora diferente...

Ao abandonar a sala de aula senti a vã tristeza de pensar que não seria mais reconhecida nos corredores como a professora... Julgava ter perdido "meus alun@s" ao trocar de turno e de espaço de atuação para assumir a Biblioteca da Escola.
Como sobreviveria sem eles, se eram eles que faziam esquecer os problemas enfrentados pelo magistério público estadual? Era por eles que valia a pena continuar...
Todavia, minha tristeza ingênua e fantasiosa logo foi surpreendida pela turma que passaria a ter...
Hoje, não tenho mais uma turma de 10, 15, 30 alun@s, na verdade nem saberia dizer quant@s são... talvez 30, 40, 50 por dia, nunca os mesmos dos dias seguintes.
Sempre diferentes... Suas idades variam entre seis e "vinte uns anos"...
Procuram histórias...
Querem histórias - lidas, ouvidas, contadas, compartilhadas...
Contam histórias - suas e de outros...
Mas também querem ser vistos sem rótulos, sem marcas, sem cobranças...
Agora não preciso mais lidar com a dupla "aprovação/reprovação"; posso ficar apenas com a re-provação!
Convidar tod@s a provar os prazeres da leitura, a reprová-los; a saborear o conhecimento sem medos, sem receios, sem ter que devolver nada pra ninguém... satisfazer os próprios desejos...